não é mais a mesma.
a fotografia do amanhecer na praia
perdida
e o frio, a chuva
nuvem enterrando a paisagem
dão o novo tom
o grito da janela do apartamento
perdido
cada qual em seu silêncio, sua vida
sua solidão cercada de coisas e amigos
ninguém caminha pelo calçadão
nem na areia
não há turistas
o mar secou
desmancho a tecitura de uns versos
duas da manhã
desço pra comprar alguma distração em cigarros
[mas a boca] e a banca vinte e quantro horas não está
eu e meu guarda-chuva quebrado
dialogando com poças d'água
e sons remotos circundando
aperto o passo
estão todos escondidos pelos cantos
e minha dor é saber que não me notam
por sermos todos iguais
termos a mesma face
longe do brilho de outrora
da velha e boa copacabana
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